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Saiba as principais causas do aumento no número de enfermidades psicológicas e onde procurar ajuda durante a pandemia
A pandemia de Covid-19 não causou problemas de saúde somente relacionados às vias respiratórias. Enfermidades e distúrbios psicológicos referentes à saúde mental, também registram aumento desde o início do isolamento social.
As inseguranças deste período, sejam em relação ao estado de saúde ou à economia, impulsionadas pelo confinamento e pela redução de contato humano, contribuíram para o aumento no número de casos de problemas psicológicos, não só no Brasil, como no mundo.
Assim, cada vez mais, terapias e tratamentos nessa área estão sendo procurados em detrimento desses problemas, principalmente os projetos on-line e atendimentos gratuitos, em razão da situação atual e econômica da maioria da população.
O Brasil, desde 2014, enfrenta uma séria crise político-econômica. Nesse cenário, milhões de brasileiros ficaram desempregados, diversas empresas encerraram suas atividades e milhões de pessoas perderam suas fontes de renda. Ainda nesse período, o país passou por um processo de impeachment e diversos escândalos políticos e sociais.
Assim, no ano de 2020, após alguns períodos melhores e outros menos estáveis nesse contexto social e econômico nacional, a pandemia de Covid-19, instabiliza, outra vez, o país, ocasionando demissões em ministérios do governo – principalmente no Ministério da Saúde – e contribui com a previsão da pior crise econômica de sua história, segundo informações de economistas entrevistados pela DW Brasil, em uma matéria da seção de economia do portal UOL, sob o título “Brasil caminha para maior crise econômica de sua história”.
Considerando essa já debilitada situação brasileira, o cenário da pandemia, juntamente com a quarentena, foi ainda mais agravado. Ela acarretou o fechamento de 1,2 milhão de postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre de 2020, segundo o Ministério da Economia.
Ainda, impulsionou o aumento no valor das principais moedas estrangeiras, como o dólar, atingindo o maior valor desde 1994, sendo cotado a R$5,94, de acordo com matéria publicada no portal Nexo, em 20 de maio de 2020.
Todas essas alterações no cenário econômico complicam ainda mais a economia no Brasil, que sofre econômica, polática e socialmente há aproximadamente seis anos.
A partir da situação social citada, acontecimentos e cenários semelhantes a esse complicam ainda mais a saúde mental de toda a população. A exemplo, a quarentena acarretou um aumento de 68% nos atendimentos relacionados a esse no Rio Grande do Sul, segundo dados da secretária de saúde do estado.
O isolamento social, o medo de contágio e a perda de membros da família são agravados pelo sofrimento causado pela perda de renda e, muitas vezes, de emprego.
Esse trecho é de uma declaração do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e exemplifica quais foram as principais causas, durante a pandemia de Covid-19, para o aumento de problemas relacionados à saúde mental, e retrata bem o cenário de crises e recessões na economia mundial em funções dessa doença.
Ainda, com essa disponibilidade menor na renda dos brasileiros para gastos com psicólogos e terapeutas, em função desses problemas financeiros, uma vez que, os gastos cotidianos como alimentação também sofreram aumentos, a procura por atendimentos on-line cresceu, assim como o destaque acerca desse tipo de consulta.
Como relatado, a forma mais adotada de atendimento para as consultas psicológicas foram as consultas remotas. Sendo essa prática regulamentada em caráter excepcional, em 20 de março de 2020, após ofício enviado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ao então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com a solicitação da regulamentação desse tipo de atendimento. Após essa normatização, atendimentos como esse foram adotados para a orientação e realização de consultas de menores complexidades, como nutricionistas, os próprios psicólogos e outras especialidades da saúde.
Dessa forma, atendimentos relacionados à saúde mental de menor complexidade passaram a ser realizados remotamente, muitas vezes de forma gratuita ou com preços sociais, como forma de ampliar a cobertura desses atendimentos nessa situação complexa e atípica.
Assim, departamentos de várias universidades – tanto públicas quanto privadas – oferecem atendimentos voltados a suas comunidades, contemplando seus estudantes, técnicos administrativos, professores e demais funcionários, que devem consultar a disponibilidade do serviço e de horários. Modelo praticado pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além desses, existem outros programas de atendimento voltados à população em geral, com atendimentos nessa mesma modalidade. Entre eles estão o Escuta +60, com atendimento gratuito destinado à população da terceira idade, funcionando de domingo à sexta-feira. Telefone para contato: (11) 3280-8537. Horários de atendimento: domingo: 19h-22h, segunda-feira: 15h/18h, terça-feira: 9h/20h, quarta-feira: 9h/22h, quinta-feira: 9h/17h e sexta-feira: 9h/12h. Ainda, há o bem.care, aplicativo com atendimento médico, psicológico e nutricional remoto, que oferece, até o dia 30 de setembro de 2020, atendimento psicológico gratuito em sua plataforma.
Similarmente, há os programas que oferecem preços mais acessíveis, estão o próprio bem.care, a partir de R$48,00. Além dele, o Psicologia Viva, a partir de R$60,00 e o Zenklub, com a primeira consulta a R$1 e as demais consultas de 30min a R$30, todos com atendimento 24h. Portanto, são alguns exemplos de projetos voltados ao bem-estar da população brasileira, em uma situação complicada e que necessita de cuidados não só com a saúde individual, como também a saúde física e mental de todos.
Fonte: Fala Universidades